Apenas seja.

Entender o elo de ligação que faz com que os pais projetem nos filhos expectativas que não condizem com a realidade. Esta é a minha missão nesse momento.

Gostar de carne, frango, homem ou mulher. Atuar como físico, jornalista, engenheiro ou palhaço de circo. São apenas preferências, tão medíocres quanto nossa breve existência no planeta. E justamente por ser dona de uma existência tão breve, eu escolho a felicidade. Escolho ser quem eu sou, por mais egoísta que essa escolha possa parecer.

Cultivo um profundo amor por meus pais. Mas também cultivo um profundo amor por quem sou, e tenho plena noção de que, como cantam os Engenheiros do Hawaí, somos quem podemos ser. Temos nossas peculiaridades e diferenças, que servem para exercitarmos a tolerância e o respeito.

Enquanto as pessoas se preocuparem com o que faz o outro feliz e não com a felicidade em si, teremos esse mundo violento, caótico e amargo. Ninguém gosta de causar sofrimento ao outro, principalmente quando o outro é alguém que você ama muito. Mas se o sofrimento é causado por uma simples preferência, não há nada que possa ser feito.

Ame-se. Seja quem você é, seja o que você gosta de ser. Faça apenas o que te dá prazer. Felicidade e egoísmo andam juntos, feliz ou infelizmente.

Racionalizar

Talvez depois desse tempo todo alguma coisa tenha mudado. Aos 22 anos, sinto que tenho um infinito de coisas básicas e primárias para aprender. E o melhor está aí: eu e minha consciência estamos cientes de que há MUITO pra ver, ouvir e absorver. Passada a dor maior, a ferida está se fechando, a vida vai continuando e percebo que tudo isso, de amor e outras necessidades básicas, não passa de um mero grão de areia no deserto. O que fica é a experiência e, clichê ou não, o aprendizado. Mas, o meu medo não é de passar a vida errando. Todos erram, all the time. O meu medo é de terminar a vida errando. Sei que é cedo para pensar nisso, mas penso. Não tenho dúvida de que sou uma pessoa melhor. Você, bem como outras pessoas tão especiais quanto, me ensinou muito. Mas também me magoou, me feriu e deixou em mim um sentimento horrível. Infelizmente, neste momento, esse sentimento horrível é a única coisa que vejo. Talvez esteja cega de raiva. Talvez, quando encontrar alguém que de fato esteja à minha altura, eu consiga ver que você contribuiu um pouco com a minha felicidade. Sei que é provável que não nos encontremos nunca mais. Isso me dá um aperto… mas o aperto só faz lembrar que a escolha foi sua. E que enquanto escrevo isso, você deve estar fazendo qualquer coisa mais interessante, se esforçando pra lembrar do meu nome. Esses dias, conheci outra pessoa. As comparações foram inevitáveis. Mas fiquei feliz em perceber que fui honesta comigo mesma. Neste momento… não quero ninguém. Quero me divertir. Quero ver as mudanças acontecendo. Quero continuar te esquecendo.

Nem eu sei o título

Silêncio. Minha alma se tranquiliza, mas insiste em me cutucar, em dizer algo. Eu não sei o que ela quer dizer. Na verdade todas essas babaquices que eu escrevo já me cansaram. Metáforas, coisas do coração que ninguém entende. Afinal, estou falando do meu próprio órgão bombeador de sangue. E se nem eu conheço ele, quem vai conhecer? E quem vai se interessar por tudo isso? Na verdade, acho que tô com encosto. Ando numa perturbação absurda. 2:37 da manhã e aqui estou eu, olhando pra parede verde do meu quarto verde. Quero um lugar pra pisar na grama e matar bichinhos estranhos. Quero um livro pra ler e uma rede pra dormir. Quero ligar a TV e não ter que ver o caso do goleiro que matou sei lá quem. Se eu tivesse conseguido dormir, esse texto não existiria. Se eu estivesse bem psicologicamente, muito menos. Então é isso aí, só quem é perturbado escreve coisas sem sentido algum na sexta de madrugada. E você tá lendo isso, seja lá quem for. Eu acho que as pessoas deveriam ter dois indicadores de QI… um para a inteligência normal, cotidiana, e outro para a inteligência emocional. No meu caso, a inteligência emocional é 0. Talvez – 5. O que eu quero eu faço, o que eu penso eu falo e se não gosto eu grito. E agir assim é um belo de um tiro no pé. Mas minha angústia é muito grande pra não ser dessa forma. Não faço por mal, mas sei que estou me suicidando aos poucos. Preciso de ajuda, antes que todos se afastem. O que eu peço é: tenham um pouco de paciência comigo. Estou implorando.