Eu ainda queria acreditar que vou encontrar alguém cheio de paz, amor e dedicação para me oferecer. Eu queria acreditar, porque eu sempre fiz questão de me doar. No trabalho, no amor principalmente. Eu esperei tanto, selecionei tanto e errei outro tanto. Selecionei com meu dedo podre, como já diria uma grande amiga. Agora, de novo, me vejo despencando do velho e conhecido abismo. Na verdade, queria desacreditar, deixar para trás as coisas nas quais acredito. Elas nunca me levaram à nada, eu estou errada e tudo isso é falso. Ontem vimos a lua… ela estava linda e mais dourada do que nunca. Confesso que tive medo ao observá-la fixamente. Parecia que ela queria me contar algo… e contou. Eu fingi não entender. É o mesmo erro… o mesmo ciclo acontecendo bem diante dos meus olhos. Mais uma vez não consigo dormir, mais uma vez estou aqui me lamentando do erro repetido de sempre. E não, não vou fazer nada. Não há o que ser feito. As coisas são o que são. E eu pedi… pedi pra alguma força superior o fim antes do pior. Fui atendida. Promessas, palavras, momentos… subjetividade. Desta vez, não estou fazendo poesia. Não estou tentando escrever bonito ou encontrar palavras elegantes para sentimentos indefinidos. Só escrevo o que é. A verdade em preto e vermelho. Eu quis tentar do meu jeito… pensei que ele fosse bonito. Minha mãe sempre disse que era. Foi o que ela fez a vida toda, e a vida dela deu certo. A minha nunca foi muito certa… sempre fiz drama, chorei quando não quis e bati o pé quando quis. É que de repente me vi tocada. E de repente vi que era mentira. Não conte histórias, não se justifique, o final está aí e não tenho porque condenar certas coisas. Confesso, eu mesma estou cansada do meu prolixo e interminável blá blá blá… mas a cada palavra escrita, uma ferida é fechada. Estou tentando não escrever um pergaminho. Mas está aí, está aí. Sou burra, estúpida, idiota e imbecil. Não me deixo em paz, não abro mão do sofrimento. O que me mortifica é o meu estado. Não ouço o que me dizem, não consigo me concentrar, não presto atenção no trânsito. Vivo como uma morta… e me recolherei até parar de sangrar. De novo.