Dores e beliscões

Um cachorro pequinês beliscando o bico dos meus mamilos apenas com os dentinhos da frente
Um copo de café quente que derrubam em suas pernas
A lateral de uma folha sulfite cortando seu dedo mindinho
Um elástico batendo no seu nariz
Um beliscão da sua tia

Tudo isso dói.

Escrevo para que a dor passe. E confesso ter a esperança de que escrevendo, você volte. Bullshit.

Esperança. Alguém sabe como matar esse sentimentozinho insistente e irritante?

Bebo sim… e tô vivendo.

Mês que vem, talvez eu esteja sofrendo por qualquer outra pessoa. Não importa.
Talvez eu esteja sofrendo por alguém que me dê um valor ainda menor.
Eu não ligo.
Não quero mais saber de coisa alguma, porque coisa alguma nunca quis saber de mim
Talvez na próxima semana eu esteja ainda mais bêbada.
Ainda mais cambaleante.
Ainda mais forte.

Nesse momento, você deve estar brindando sua liberdade.
Brindando seu próprio vazio.
Cada um é feliz com o que acha melhor.
Eu acho melhor beber. E só.

Bebendo, durmo bem.
Esqueço.
Não há o que esquecer, na verdade.
Existiu alguma coisa?

Da sua parte, realmente existiu algo?
Não faz mais diferença.
Você cuspiu em tudo o que sonhei.

Mas sonhei sozinha.
Não é sua culpa.
Dane-se
Aproveite.

Seja para alguém pelo menos metade do que fui pra você.
Ao menos saberei que alguém por aí está feliz.

Que sua lembrança e cada pedaço seu que ainda vive em mim vá pro inferno.

Tô pedindo muito. Eu sei.

Não sei se preciso de um tempo pra respirar ou de um tempo pra ser eu mesma. O problema, na verdade, taí: quem sou eu? Não tô brincando não. Quando acho que liguei os motores de uma vida nova, tudo volta para o zero. Tipo quando o avião começa a andar e todo mundo pensa que ele vai decolar, mas na verdade está só manobrando. Eu fico nessa manobra constante e parece que não vou decolar nunca. Sei que metade do quebra-cabeças já montei, mas a outra metade está empacada. Não vai. Não acho a peça que está faltando. E pra eu achar esta peça pode demorar aaaanos… e até lá, o que vou fazer? Continuar errando, errando… errar uma vez ok. Errar duas ok. Mas já foram muitos erros… e é tudo culpa da minha impulsividade. É, no fundo é isso. Em paralelo, ainda existe uma vida amorosa. Ou melhor, não existe. Sinto uma falta tão grande de você que a dor é semelhante ao dedinho do pé batendo na quina do sofá de dois em dois minutos. Sinto a necessidade de me apegar. De acreditar em alguma coisa. Acredito em Deus, mas queria uma presença maior destes seres (não sei se só existe um deles, alguém sabe me dizer?) onipotentes. E ainda quero tempo pra dormir. Me divertir. E o Natal vem aí. E o Reveillón também. E mais um ano. E tudo de novo. E mais horas perdidas no trânsito. E nenhum amor de verdade. E nada que me realize. Enfim… tô pedindo muito, né? Felicidade é uma coisa relativa mesmo.

Obs: O texto talvez não seja bom, mas o vídeo aí embaixo, ahhhh esse vale a pena hein.

I’m precious

Deixar a vida levar
Sem se preocupar
Tenho muito pra estudar
Tenho muito pra ganhar

O que me deixa feliz
É o fato de ter muitos valores
Isso não é minha mãe quem diz
Muito menos meus amores

O que acontece
Quando você perde tudo?
É só começar de novo
Tudo de novo

Eu não perdi nada
Continuo sendo a mesma pessoa
Meus amigos sei quem são
O que conquistei guardo comigo

Mais uma vez
Tenho que dizer
Eu não perdi nada
Quem perdeu foi você

” Screw you,
It’s Saturday, I’ll go out
And find another you “

Quero que passe

É muito duro saber que tive a felicidade nas mãos e que ela me escorreu pelos dedos. Ter consciência de que estraguei tudo através do meu ciúme e da minha própria inseguraça é terrível. Me machuco um pouco mais todos os dias pensando nisso. Mas talvez, se não tivesse acontecido, eu não teria aprendido. Acho que só consigo aprender as coisas perdendo ou sofrendo. Tá difícil e vai ser difícil. Pelo menos, sei que amadureci e não vou cometer os mesmos erros no futuro. Eu aprendi muita coisa… mas de que adianta, se não posso compartilhar com você? Bom… espero que você também tenha aprendido. Não quero mais me martirizar. 4 da manhã e já deu minha hora.

Pela dor, pelo amor… whatever.

Sabe que eu cansei de estar cansada, de querer e não ter, de escrever, escrever e escrever… hoje acordei com um pouco menos de energia, energia essa que já está operando em sua capacidade máxima para tentar me botar em pé de novo, com o coração partido e a cabeça erguida. Sabe que minha melhor amiga hoje disse que vou encontrar alguém tão especial quanto eu, e eu disse que já havia encontrado. Nesse ponto ela me interrompeu, falou que se eu tivesse realmente encontrado, você estaria comigo. Nesse ponto eu fiquei calada.

Essa minha vida muda muito em pouco tempo, e sabe o que mais? Eu estou farta de mudanças. Eu não queria mudar. Queria você, queria te ver dar risada de alguma coisa idiota de novo. Mas se mudar é ‘ o melhor que tá tendo ‘, como você costumava dizer, não adianta lutar contra, né?

Queria estabilidade. Um apartamento bagunçado, um cachorro sujo e um filme na TV. Acho que é aí que eu peco. Tenho 22 anos, estou no clímax da minha juventude e penso como uma mulher de meia idade, que quer se casar e descansar logo. Cansei de ficar bêbada, de ouvir batidas incompreensíveis na balada e de voltar pra casa com aquele sentimento de ” what about tomorrow? “. Me aceita, sabe. Se eu te aceitei como você é, com esse monte de defeitos absurdos, me aceita também com os meus.

A única explicação que encontro é a de que seu amor não era suficiente. E não devia ser mesmo. Interrompeu tudo o que poderia acontecer, todo o aprendizado que poderíamos ter… por causa da falta de paciência e da falta de tolerância. Fico imaginando como devo ter sido substituída rapidamente. Seu silêncio grita isso dentro de mim.

Mas o esforço que eu estou fazendo para te apagar da minha memória com certeza vai me trazer mais um aprendizado. Só não aguento mais aprender na dor. Queria aprender no amor. Pelo menos uma vez…

E o tempo vai passando… diário de um pé na bunda.

Isso aqui, na verdade, deveria ser chamado de ” Diário de um pé na bunda “, como vi esses dias pela internet. Mas esqueci de nomear este monte de postagens que venho fazendo. Em breve completarei um mês de término (tempo? no meu planeta não existe tempo), e hoje li uma frase bem batida, mas que me fez pensar: ” Pare e pense se você realmente ainda ama esta pessoa. Questione se você a ama ou ama as memórias do que viveu com ela “. É algo para digerir. No meu caso, infelizmente, tenho certeza de que amo mesmo a pessoa. Mas espero que em breve eu passe a apenas ” ter ” memórias, e não amá-las. Acho que todo mundo que lê o Olhos Coloridos me conhece um pouquinho. Sou intensa, tenho necessidade de me expor e de me posicionar, do contrário explodo. Geminiana. Por isso, nestes tempos tão nublados, tenho utilizado este blog como uma forma de me aliviar, de botar pra fora tudo isso que venho sentindo. E, como vocês podem perceber, não está nada fácil. Penso todos os dias nas baladas homéricas em que tal pessoa deve estar. Penso nas milhares de outras mulheres que devem estar circulando por sua vida (lê-se cama). Mas o que me conforta… é que desta vez estou vendo uma melhora progressiva no meu quadro de depressão pós pé na bunda. Em breve fico bem. O que me entristece mesmo é ter feito tantos planos, sabe. Comprei alianças… mas não as entreguei. E foi a melhor coisa que fiz. Será que só eu penso em ter um cachorro, uma família e uma vida estável? Não é possível. Enfim… só me resta lamentar e continuar curtindo a fossa, até que ela decida me largar de vez, bem como fez esta pessoa. Ah, queria agradecer aos meus amigos. Não sabia que tinha tantos, e eles estão sendo fundamentais neste momento.

Culpa de quem?

Tô aqui pra dizer que é muito fácil
Apontar o dedo na minha cara
Falar que esse amor só teve falha
Me inundar de tristeza e culpa

Tô aqui pra dizer que é muito fácil
Esquecer seu próprio egoísmo
Jogar seus defeitos num abismo
E fechar a porta sem se despedir

Tô aqui pra dizer que é muito fácil
Não tentar melhorar
Não se importar
E disfarçar sua indecisão

Mas, também tô aqui pra dizer
Que tenho um valor muito grande
Que muitos reconhecem isso
E quem perdeu… foi você.

Pra que buscar recaída,
Reviver o drama
Mexer na ferida?
Por onde se engana o coração
Se encontra a saída pra vida
Tempo de ver que é maldade
Martelar as horas no chão da saudade
Embora agora contradição,
O tempo que pôs essa dor nessa conta
É quem desconta
Passa a te aponta o ponto de
Sorrir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais
Rir mais
Soltar gargalhadas
Deixar pra trás
O que te entristece
Tece teus ais

Agradecimentos finais – Tchau, PUC!

Amanhã, 02/12/2010, me despeço da instituição que mais me ensinou sobre o que realmente importa: a vida.

O que posso dizer é que desejo que meus filhos, um dia, possam estudar em um lugar tão enriquecedor como a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Gostaria de agradecer algumas pessoas especiais, mesmo que elas nunca cheguem a ler isso aqui.

Brunão, mais que um simples colega de sala e de TCC, alguém que eu respeito e admiro. Também tenho muito orgulho de você e de tudo que passamos juntos… com certeza nos veremos por aí. Nos bares e nas agências principalmente. Amo você!

Bia, minha 2a mãe. Não tenho nem como agradecer pelas 476 vezes que você tentou me consolar por causa de alguma coisa idiota, tipo amor, ou pelas 964 vezes que me emprestou seu secador antes das baladas pós-aula de sexta-feira.

Maiara, garota radical. Hahahah… nossas opiniões são divergentes em muitos aspectos, mas você sempre soube contornar tudo com bom humor. Obrigada pelas risadas!

Cê, sem dúvida alguém de temperamento forte. Me mostrou pontos de vista diferentes. Tks!

Ao professor Alécio, agradeço por sempre acreditar no nosso grupo e sempre ter MUITA paciência com a gente. Igualmente ao professor Wellington e a professora Bia.

Ao Fi, agradeço por ter criado as cervejadas que rolam às sextas-feiras na Atlética de Comunicação. Apesar de ter adquirido uma pança de chopp, nunca mais precisei descer na muvuca do 3a aula.

Sei que já postei esse vídeo, mas vale a recordação. E o narrador tem razão: foram quatro anos assim… um melhor que o outro.

Obrigada, PUC!