Epílogo de uma estrela que não brilha
Dúvidas em tempos de certeza
Quando sua mão toca a minha
É no arrepio que vejo a beleza.
Em dois segundos
Tudo vira ódio
A energia vira destruição
E meu céu se torna areia
Construí minha casa
Debaixo de um sol quente
Queimou minha alma
Queimou minha gente
Nunca mais ouvi
Sua voz
Não gosto de lembrar
Do balanço dos seus cabelos
Os olhares que me lançava
As mordidas
Que sentia em minha orelha
Me faziam fechar os olhos
Era por você
Que eu fechava os olhos
Era por você
Que eu ia dormir sorrindo
É por você
Que quero cortar os dedos
É por você
Que mordo a língua
Protegi seu nome
O meu, no lixo está
Mas não tem problema
Não tem caos
A história está grande, não quero parar
Só me resta um lápis
Uma folha
E minha dor
É com ela que durmo
É ela que me abraça
Ela que me beija
Todos os dias
Nunca fui de meio termo
Intensidade e calor
Pegar ou largar
Pra quê, amor?
Pra quê?
Tanta miséria
Tanto terror
Pode ser besteira
Pode ser que eu me apaixone de novo
Pode ser que a repetição me canse
Pode ser que a vida se mostre
Pode ser que a morte me alcance
Sou aquela
Aquela cega
Que não se importa
Porque pode ouvir
Consolo em coisas pequenas,
Viverei pela arte
Arte que nem sei se é
Realmente bonita
Minha cabeça não vai bem
Meus inimigos querem meu pescoço
Me dá mais um copo
De hipocrisia
Que o excesso é fundamental.